28.8.10

4 VERSÕES ... QUE DÁ TI CONCHA OIE FRODE!

Aquele que sabe escrever a Língua Portuguesa i ki ta papia un kriolu e kapaz di Skrebe LKv!?

CURIUSIDADE Ê QUE DÁ TI CONCHA UM OIE FRODE !

I
(...)

II.
Sabemos que não se deu ao trabalho de analisar as quatro versões do texto CURIUSIDADE Ê QUE DÁ TI CONCHA UM OIE FRODE ! de Zizim Figueira. Dá muito trabalho…Vamos analisá-las (análise mínima) para si. Vamos supor que a intenção do autor, na primeira versão desse texto, era a de escrever tal como fala. Para o efeito, usa o “alfabeto português” para representar os sons do Crioulo que fala; apenas os “audíveis”...

Versão [1] de 19.02.2005, verificamos os seguintes:

1. Os sons que não se ouvem no discurso falado ou não são representados ou são substituídos por “apóstrofos”. Exemplos em a).

a) São exemplos retirados  de V [1] de 19.06.2005:
1) curiusidad_;
2) q_;
3) frod_
4) entant_;
 5) d’tud_ ;
 6)_nimá;
7) d’ lomb_ 8) sempr_; 9) f_chadura; 10) V_zinha; 11) gent_ 12) q’_ tava; 13) t_ andá; 14) t_ cun ; e 15) d_mone.

2. As palavras pertencentes à mesma categoria/função aparecem com duas ou mais formas (orto)gráficas em [V1]:

a) ... és tàva morà pégòd na mesma casa ...
b) ... q’tud éch stora ...
c) ... éss cosa é dvera!

3. Os acentos ortográficos: ora agudos, ora graves e ora circunflexos para marcar o timbre vocálico. Algumas palavras levam dois acentos, um agudo e outro grave. Com que critérios?

a) ... Qél amiga, spiàl dspos él fàlàl:
b) … és tàva morà pégòd na mesma casa.

4. As palavras podem terminar em qualquer consoante...

a) Entant_; sempr_ ; Lomb_, tud_; log_ ....

5. A supressão das vogais, sobretudo das “fracas”, permite retirar toda e qualquer restrição ao princípio de sonoridade à sílaba na LCv.

a) vzinha [vz]; dmone [dm]; dvéra; dzé [dz] cma [km]... representações fonéticas [ _ ]

Na versão [ 2] de 19.11.2006, publicada um ano e meses depois...

1. Mudança de ortografia das palavras dadas em 2. [V1]; c; passou para s;

a) ... d’preparà vingança ...
b) ... ta po na cés braquim d’fchadura ...
c) ... Dona d’cés casa ...
d) ... mùt ruspéitod d’cés vzin ...
e) ... é q’tàva separà cés moradia...
f) ... porta, d’céus ...

Parece-nos ser a mudança gráfica mais visível.?
Na versão [3] de 04.10.2009, comparamos:

1. Os sons vocálicos, mesmos os menos audíveis, começam a surgir na maioria das palavras, tanto no interior como nas fronteiras.

2. Um único acento ortográfico a cair em cada palavra, quase sempre agudo, ou circunflexos.

3. Os apóstrofos são utilizados com moderação - q’_ que; d’_ de; t’_; ta…

4. Os pronomes retomam a primeira forma [V1] definitiva – *Cé ; sê; *cês; sês; *d’céus ; de sêus…

5. As palavras que têm a Letra “q” na sua ortografia passam a ser seguidas sempre de “u” - *qel; quel; *daqel; daquel…

Na versão [4] de 15.08.2010, texto publicado CINCO ANOS DEPOIS DA PRIMEIRA...(re)escrita com uma ortografia mais  estabilizada e, sistematizada, permitindo uma leitura fácil.

1. Nesta última versão, parece-nos visível um processo de descrioulização lexical. E até sintáctica. (...)

Ficou muita coisa para dizer, mas … enfim, devemos todos reconhecer que os naturais de Cabo verde, falantes de um crioulo e alfabetizados na LP são capazes de escrever cada um o seu crioulo na língua portuguesa, sem necessidade aulas de crioulo... vai experimentando.., sem pressas. Vai ganhando leitores... até ver.

A buzote dzuri! Agora é enxiná xkreve kriol! Xkreve só na partugês.
Desejamos ao Senhor Zizim Figueira "Bida kunpridu i kel more Bedju koti-koti" e que continue a contar as suas Histórias Mindelenses...

III.
Agora, se um leitor do Fogo/de Santiago, quiser ler esses textos tem obrigatoriamente de os “ler à Mindelense”?

E se for em voz alta? Estão a entender, o "badio" poderá vir a aprender o dialecto crioulo do mindelense – falado e escrito.(...) era bom que fossemos todos bilingues na nossa própria Língua. Não acham?
(...)
IV
...

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