30.4.10

LCv & LP: Outra Leitura na TertúliaCrioula

"Está a supor que eu sei que “ Existe uma a diferença entre uma língua comumente falada por um povo e uma língua oficial desse mesmo povo”. Digo-lhe que posso inferir o que quer dizer com “uma língua comummente falada” e sei o que é “língua oficial” porque este termo está nos Livros. Eu não diria que “O crioulo (ou LCV) é apenas uma língua generalizada…”. Repare na palavra “apenas” e “língua generalizada”. Este “apenas” soa a pouco e a insignificância. E esta “Língua generalizada”, neste contexto, zune a uma Língua que esteja a ocupar um território alheio. Sei que não quis dizer isso, mas escreveu.

Se olharmos para a História de Cabo Verde, desde os primórdios, só podemos afirmar que hoje que o Crioulo é a Língua da Nação Caboverdiana. Língua da “Nação”. NAÇÃO, uma palavra que carrega virtualidades. Claro que o “português genuíno” pertence sempre ao povo Português. Que defendam essa genuinidade e a sua Expansão. Agora, não devemos esquecer que os nativos de Cabo Verde sempre conviveram com nas duas Línguas.

E mais, não se esqueça que durante o período colonial éramos também portugueses. Por isso, “eles” falavam de Dialecto Crioulo de Cabo Verde. Dialecto é a variedade regional de uma Língua, no caso de Crioulo de Cv era, por motivos meramente políticos, considerado uma variedade do Português. Com a independência, por opção política, a LP adquiriu o estatuto de Língua Oficial. E não se definiu politicamente o estatuto do Crioulo de Cabo Verde.

Eu pergunto até que ponto é apropriado falar de Língua Caboverdiana (?)… existem “crioulos que todos falamos e compreendemos”. A LCv deverá “uma união harmoniosade todos os falares caboverdianos do arquipélago e da diáspora”. Os trabalhos que estão em curso e outros concluídos. Veja que já temos alguns Dicionários, Gramáticas de LCv e várias teses de mestrados e de doutoramentos, que a maioria desconhece... Mas uma verdadeira LINGUA deve ser ensinada-aprendida…

Uma Informação: A Universidade Pública de Cabo Verde de há muito tempo a esta parte tem no seu plano curricular as Cadeiras de Língua Caboverdiana e Linguística Caboverdiana. (obrigatórias para os alunos de Letras)… portanto, o problema material de que fala… se muitos professores dão aulas em Crioulo é porque “fazem material bilingue” para o efeito…

Disse e bem, no texto falaram em Crioulo/português, mas não é a mesma coisa que falar de uma Nação bilingue, nos termos que disse no comentário anterior. Nós defendemos o Bilinguismo: não defendemos nem o Crioulo nem o Português. E sabemos que em primeiro lugar está a oficialização da LCv. Oficialização que é defendida por “uma elite também esclarecida e sintonizada com o Mundo da Língua, da Linguística, da Sociolinguística e da História das Línguas… conjugadas com a realidade Caboverdiana”.

O Demis Almeida escreveu, num(?) dos seus comentários, e é preciso maiuscular essa parte que me interessa realçar “ Deste modo a oficialização do crioulo deve ser acompanhado, para além das medidas conducentes ao seu ensino nas escolas, duma estratégia de ensino cabal da língua portuguesa, PARA QUE UMA CRIANÇA COM A 4.ª CLASSE JÁ FALE UM BOM PORTUGUÊS E PARA NÃO TERMOS PESSOAS NO 4.º ANO DUM CURSO SUPERIOR, AINDA POR CIMA NUM PAÍS LUSÓFONO, A FALAR UM “PORTUCRIOULÊS” capaz de pôr o coitado do Camões a fazer malabarismos póstumos.” Perante esse facto, e sabendo os porquês, devemos ficar de braços cruzados? NÃO.

Pediu-me para desenvolver esse “Bilingue em partes desiguais”, já que partilha dessa ideia é porque entendeu minimamente… o comentário é longo.

Se o Estado oficializar a LCv passaremos a ter na Constituição duas Línguas Oficiais e parece-me que, nesta de CONSTITUIÇÃO não devo alongar, e consequentemente, será obrigação do Estado criar condições para promover as duas Línguas Oficiais a nível Nacional através de uma Política e Planificação Linguísticas… harmonizadas.

As consequências da oficialização da LCv não serão mais desatrosas do que estas de não oficialização, se levarmos à letra o que o Demis Almeida escreveu.

Josiano, qual é o valor efectivo e afectivo que o povo caboverdiano, em geral, atribui à Língua Oficial Portuguesa? É oficial, mas quem FALA essa Língua Oficial? Nós sabemos que o falar-escrever português em Caboverde é coisa de elite e dos académicos e restringe-se a situações formais. E a verdade, apenas essa elite académica é que usufrui dessa oportunidade. E o Povoléu, essa maioria? O povo terá poucas oportunidades de falar Português, porque “desnecessário” para interlocução com os seus iguais na comunidade Nacional… Como vê, a oficialização da LCv é um acto sublime de reconhecimento oficial da Língua identitária do Povo-Nação que a fala.

Com a oficialização da LCv não se estará a ‘desoficializar’ a Lp, pelo contrário, vai-se estabelecer os limites Gramaticais entre as duas Línguas que são nossas. O Caboverdiano passará a saber ouvir-falar-ler-escrever- nas Línguas Oficiais e optará por uma das duas para expressar as suas alegrias e tristezas, consoante os contextos."

Daniel Semedo : O Debate Continua...

" (...) Não obstante, convém levantar algumas questões, à luz das múltiplas afirmações e comentários que foram proferidos durante o suprareferido encontro, com o fito de tentar elucidar os cépticos da oficialização da língua cabo-verdiana: o nosso país seria o único do mundo com mais do que uma língua oficial? O que terá levado a que alguns países tivessem mais do que uma língua oficial? Ter mais do que uma língua oficial seria prejudicial para nós? A oficialização da nossa língua materna faria com que o “português” deixasse de ser oficial? A oficialização não levaria a que os cabo-verdianos passassem a ter o conhecimento explicito da gramática implícita (da nossa língua) de que fazem uso inconscientemente? E isto não nos levaria a “autopoliciar” e a controlar melhor a interferência linguística - muito frequente entre nós – ao nível morfossintáctico e fonológico, bem como ao nível da regência verbal e semântico, quando fazemos uso da língua de Camões? As crianças, na fase de aquisição da linguagem, não podem aprender várias línguas ao mesmo tempo? (...)

28.4.10

Bilinguismo: E o Ruído Maior...

Construção de um Bilinguismo Funcional: dissemos já que, nos próximos tempos, o combate linguístico deve ser contra a diglossia, tendo em conta que o combate à glotofagia foi bem sucedido. Ora, combater a diglossia significa restituir dignidade e prestígio ao Ccv, através da escrita, do ensino, do uso em situações formais e informais de comunicação, numa palavra, através da sua oficialização. Ele significa ainda não só reconhecer o estatuto oficial do português, mas fazer com que ele possa ter outro estatuto oficial, o de língua veicular. Em poucas palavras, o bilinguismo funcional em cabo verde significa: ao Ccv que já é língua nacional e veicular, há que reconhecer-lhe o estatuto oficial, em paridade com a língua portuguesa; ao português que já e língua oficial, há que conferir-lhe o estatuto de língua veicular ao lado do Crioulo. Ambos os estatutos em falta (o oficial para o Ccv e o veicular para a língua portuguesa) só podem ser alcançados graças ao ensino generalizado, de qualidade, com rigor e metodologia adequada. Só assim, a diglossia vai ceder lugar ao bilinguismo funcional.
No entanto em que o nosso povo, se não a totalidade, pelo menos uma maioria expressiva, poder usar espontâneamente, com competência e facilidade, as duas línguas, em todos os níveis de linguagem, podemos então dizer que o bilinguismo funcional é uma realidade. (...)"

VEIGA Manuel (2000) O 1º Colóquio Linguístico, 21 anos Depois (p.26). In: VEIGA (Org.) Colóquio Linguístico Sobre o Crioulo de Cabo Verde, Praia. Ed. da INIC.

Leitura: Ba tuma banhu na nos Storia (UNICv, Palmarexu)

 Nu kunpradu ku muedas di prata na kosta baxu i nu tarzedu asin: ku pe na argola, maradu na korenti.

 Nu matedu Li nes txon di baxu di spada... e arma di fogu... mas es ka mara-nu boka nen priziona-nu pensamentu, pabia inpusivel.
Papia senpri na Lingua ki bu dixadu papia. Izersi el ku dignidadi! Ka nu tuntunhi... !!

25.4.10

K: Maldadi Pura!

ORALIDADE:
Ora ki nu ta papia nu ka meste fra kunpanheru nos e di ki ilha. Na ta fala nu ta da kunpanheru konta ku nos prizensa nos e di undi i di undi ki du ben. Mas tanbe na ta papia nu ta mostra kunpanheru kal ki e nos prufisãu, i nos nivel kultural ta ben sen nu sinti-l. Nos rostu ta fra kantu anu kada di nos ten. Ora ki nu ta papia nu ka ta fra kunpanheru ma nu ka sta intende, nen nu ka ta ten koraji di pidi kunpanheru pa nu fala un mesmu dialetu i nen nu ka ta oza fala purtuges, dialgu ta kontinua. Nu ta fala kada un na se dialetu. Ago, si nos konbersu bira txeu nu ta kria nos propi “Lingua”. Un “Lingua” so pa nos dos.
Pa kuzas ki N kaba di skrebe, so ta prova ma na Kabuverdi nu ta PAPIA un Lingua, ki nu pode txuma-l di Lingua Kabuverdianu.

ESCRITA:
Skrebe e nu isensial poi ‘na papel’ kes kuzas ki nu ta fla e ki nu ta pensa fra pa ser lidu. Klaru sta, skrita ten ses karateristika propi i regras predifinidu. Ora ki nu skrebe nu kre ser lidu i konprendidu… entãu, isu so e pusivel si nu ruspeta un skrita mas o menus uniformi pa du skrebe tudu palavra i spresãu di Língua Natural.

Na data, pos-indipendensia, faltaba kabuverdianus apenas sosializasãu i demokratizasãu di ensinu-aprendizaji na Lingua nasional. Kuza ki tornadu inpusivel pamodi evasão de maior número de elite nacional caboverdiana. Kes ki fika, kontinua ku se skrita etimolojiku: pesoas di kultura, sobritudu puetas i muzikus i otus artista nasional ki ka tenba undi bai.

Ignora alkansi di kel paragrafu li di riba na 2006, 21 anu dipos di indipendensia, ki skrita ditu “etimolojiku” foi senpri un forma di luta ki nos antipasadu mas kultu trava kontra rijimi pa prezervasãu di identidadi kuletivu genuinamenti Nasional ; i ki skrita etimolojiku foi kultivadu duranti, pelu menus, duzentus anu!... ta da ki pensa. (...)

Pur isu, e difisil di intende ki, enbora es Grupo de Padronização do Alfabeto (ALUPEC) rekonhese na alfabetu etimolojoku “sua funcionalidade social e utilitária”, aponta komu kauza pa substitui-l, sem mas, “o óbice maior do alfabeto etimológico é a falta de sistematicidade e de economia (…) pa ALUPEC. Sabendu ma kes obstaklu apontadu era perfeitamenti superavel.

I inda e difisil di intende es 'troka', na midida ki Grupu di padronizasãu teneba konsiensia klaru ma es mudansa di un Instituisãu pa un konvensãu, o ALUPEC (, igualmenti “funcional do ponto de vista linguístico e pretende-se que o seja também do ponto de vista social.” (Citações da Proposta, p.158-159)) podeba enkontra rezistensia sosial, mas mesmu asin es avansa ku es pruposta ki oji sta en forma di dikretu-lei. Un fatu konsumadu.

Enfin, es dibati e pa kontinua, si na ta FALA nu ta intende, na sosializasãu di SKRITA, sigundu es nobu konvensãu, sta londji di transforma nun Instituisãu, sima staba ta pensada. Inda mas, si du leba en konta ki es Instituisãu ki kreda dexa di tem un rostu Institusional na Puder.

PS: Veja mais um parágrafo interessante e de múltiplas leituras: "Do ponto de vista sócio-linguístico, a partir do momento em que o alfabeto etimológico é por todos ou quase por todos aceite, a força da convenção é a sua legitimidade. Deste modo, se uma comunidade optar pelo padrão etimológico, ela está no seu direito. Só que ela deve estar também na posse das implicações e dos custos de um tal alfabeto" (citações da Proposta, p. 159).

São Domingos: Iletrifikasãu Rural...


Desenvolvimentu Nesesariu... i u Belu?
Oseba: Un Vila Kruzadu di fiu di lus ku tilifoni... Beleza !

21.4.10

Skrebe Kriol e Naise!!

Es Kumentariu foi publikadu li sin:

"Es k-cumentariu dminha foi publocode e apagode log dpois na FORCV que pa mi e ca um lugar seriu onde ta respeitod deontologia jurnalistica. E um lugar pa ta promove baixaria. Es ta promove sujeira na cumentarius qui e ca mais nada di que injuria e ofensa a pesoas di bem: ****4/21/2010 9:50:41 AM #*** Afinal Montrond tinha razão.***Pexe ta morrè pa se bocka: nhoss oià [  ], que çinà kom EDITOR da FORCV, pa reagi a k-cumentariu di Montrond, pa el k-cumetè un auto-çuisidiu. El dmonstrà publikament c’ma el e ignorant e mal edukade qui ka sabè stod à frent di un projet di es tip. El ka gonzigui atacà mensagem di k-cumentariu di Montrond e enton el dzuri e el razolvè na dizanà e atacà mensageru ma es ataquis psual boshe. N ka krè dfendè Montrond, ma N ten qui dzè ma el e un bon quadru, comptent que ten stod ta publicà bons traboi na dfeza e valorizasão dnos lingua ma nos cultura. N ka ta konkordà ma Editor di FORCV que falà ma traboi de Montrond e sò lixe. Mà es kmentariu di [...] agòra e un autentike lixe. E un vomite. El btà fòra alguns di kes sujidad ki el tem pa dente. Inda el devè tem mas. [...], aproveita bo btà mas koza pa fora. E asim qui leitors ta fikà ta sabè qui tip di psoa bo e. Bo ta koba fedi moda ta dzide na Praia e bo ta rabashà algen di es manera li di bòrla? Que pena! Que baixeza de espirite. Es e um demonstração de baixeza. Mos bo e boxe di vèra. Nunka N tava pensà c’ma bo era kapas di falà asim di un ex-kulunista di FORCV qui até ganhà title di CV MAN OF THE YEAR 2009 asim di es manera. Pa terminà N ta perguntà Alberto ondè qui el conshè Montrond kom pesoa? [...]txigà de konvivè di perte ma Montrond? Ondé? Parse-m ma [...]tem stode frustrad ma algum kòza e el bem rasfrià se raiva na Montrond. Asin nau. Bo ma Montrond buses nè di kolèga. Ba bzià bo pè d’erva pa bo brinka ma el. Montrond nau. Deshal sosegode na se lugar ta gozà se fèria grasioza. Un consei: ba misa dia dming bo ba confesà bo culpa ma bo pecode.***Viva MONTROND"

20.4.10

Previsão de João de Barros

A língua vernacular surge no século XVI como um instrumento legitimatório de um poder1 . Tal é distintamente exposto pelos portugueses que em Quinhentos escrevem sobre a presença portuguesa noutras paragens extra-Europa onde se proclama a língua portuguesa como expressão de domínio. João de Barros exalta no seu Diálogo em louvor da Nossa Linguagem que:

“As ármas e padrões portugueses, póstos em África e em Ásia, e em tantas mil ilhas fóra da repartiçám das três pártes da térra, materiáes sam, e póde-âs o tempo gastár, péro nam gastará doutrina, costumes, linguágem, que os portugueses néstas térras leixárem.” Aliás, tal assunção inscreve-se numa posição claramente humanista.
Ler mais aqui

19.4.10

VB: É Pamode go!?

"Borges, aprendiz platónico d'Cabalismo, t'dzê ke ne letra d'rosa está a rosa y tud rio Nilo ne palavra Nilo. Este genebrino das Pampas, Daniel y um'data de ôte gent ke t'falá de y pa Deus tem karradas d'razão, sem-relev deste plebeisme... Mi, um'tem de confessá!, nunca um'oiá rio Nilo, mas o rio Nilo t'saí de nha boca tud dia y te txegá k'sê coração d'marja 'skerda de Sudão antigue p'oiôb y bejá bo ventre de prazer, bo espirte fervid ne mel de cana y gelo d'diazá na Mund...

Tud y tud gent t'esperá um dia d'sonho assim y ke Deus ô sê bokadim um dia t'bem ptá na cruz. Dia ke'é um moment d'temp k'ti te guytá sê hora sima hoje foi esperança d'ser manhã, y mais: sima menine k'fome t'uvi «cmida d'Onje!» y t'oiá um prôt d'catxupa txegá n'Maderal y ne sê barriga intxôd — ninho d'obra d'arte, gemidos em forma d'gent. Tud cosa é antes de ser o ke'é ne Mund.
Assim, se um'dzeb ke um'te amôb, um'te klocá tud nha'amor y nha ser no ke um'te dzê — não porke um'te kre dzel, mas porke ê assim mesm desde k'nô entrá y nô saí dakel jardim antigue, também txmôd paraize. Entom, nha alma ke nha'mor enbrulhôd ne Zoe te saí d'mi y t'entrá na bo, te penetrôb... te penetrôb fundo sima txuva t'entrá n'rebera y te cambá ne coraçom d'Mar, sima lêt d'mama freske d'mãe feliz te jorrá ne tud bokedim de menine akabôd d'nascê y te descobri consolo. Já bo k'te ser bo, mas sim mi-bo; y mi... Ah, Deus! um'te d'txá de ser mi pa ser bo-mi. Nô t'vrá y t'fká um tu-eu, um eu-tu, um nos-dos... sima Deus mandá kond El ptá nôs ne Mund ke kel ordem sabe, sabim y d'sêbura. Isto ê ke'é origem y razão d'gent de Soncent falá p'tud y pa nada num terra sab p'kagá. Mas sab p'kagá ê só o k'El mandá; não ê terra nem nação, é situação de sabura mandôd. Afinal, se nô pensá dret, ê sab p'kagá ke t'aproximá nôs tud d'nôs destino nascid. Isso é kond no t'abri boka p'falá de amor y p'fazê o ke Nô'Senhor mandá.

Mas s'um d'zeb ke um'te odiôb... y isse lí ê um kosa ton possível come ter Viana ne Éden Park y Matiota ne Caiszinho já depôs d'manhã! — o ke'é mesma cosa ke d'zê: vade retro satanis, i.e., ne manera de Sintantom, vai-k'nunca-vem! Mas s'bo uvil — tmê! T'mê, ke temor, trimura y terror. Nha ódio t'emigrá pa bô y bo t'estód morto antes de estód, antes d’bo txegá ne camim de 1888. É so um keston d'tempo. N'fim-de-conta, nôs tud ê um bokedim Deus kond nô t'abri boka y nô t'mudá vida de otê pessoa. Mas atençom: lembrá de Herodes y d'gent gentio — verme também ti te guytá... nôs tud. Elohim ke d'vê ser inkmodôd k'cosa feio, nunca.

Y isso tud p'um-dzê u ke memória d'gent antigue d'txá como legôd: o ke t'aproximá nôs humanidad de Deus ê palavra k'te saí de nôs boca y... sexo. Kel sexo k'dá-me y dôbe ess vida ke nô t'vivê. Ah, cosa sagrôd! Nôs língua..."

15.4.10

Boka: Boka ta mora na ladera… por pontos!

-Nha Lingua e inda un padjigal!

As palavras por si sós definem uma Língua Natural?

Mesmo se entendermos que o jornalista quis dizer “Caboverdianos letrados”, não se pode estar de acordo com essa afirmação na medida em que todos os caboverdianos (cv) são letrados na norma culta do Português Europeu (PE).

Também não podemos ignorar que o falar  PB não esteja em Caboverde. Está na fala dos brasileiros e brasileiras nacionalizados que estão a desempenhar altas funções na administração pública Cv. Como consequência, deverão falar o PB nas suas reuniões e outros actos administrativos com os seus pares e subordinados, o que não implica “interactividade” em PB. É sabido que, por exemplo, quando esses “Brasilocaboverdianos” são entrevistados na Comunicação Social as perguntas dos Jornalistas Cvs são feitas em PE. Eles respondem em PB. Cada qual na sua variedade, um acto naturalissímo. E Ninguém tem nada Contra!

Se pensarmos nos letrados cv que rumam para o Brasil para continuarem os seus estudos e que por imperativo da norma culta brasileira sentem-se “obrigados” a escrever naquela. Sentem-se obrigados a falar PB? Mas, esses letrados, regressados a Cv, paulatinamente vão deixando esse “sotaque” abrasileirado, primando pelo sistema normativo do PE. Naturalmente, em Cabo Verde é o PE que é cultivado.

Portanto, não se pode afirmar que os letrados Cvs é que FALAM como os brasileiros, porque não é bem assim. Os Letrados Caboverdianos, em Cv, regra geral, capricham sempre quando é para falar e escrever o PE.

PS: Um qualquer observador atento não pode deixar de dar conta de alguns “desvios” no falar-escrever Português dos caboverdianos. Esses “desvios” encontram explicações sobretudo na sociolinguística.

O Brasil foi/é linguisticamente Crioulo. Crioulo num outro estagio evolutivo que efectivamente é nomeado de PB por oposição ao PE. Duas grandes variedades, duas Instituições de uma Língua Única .

14.4.10

Djagasida di un bes... di pobri...

Djagasida, un pratu tradisional di Djarfogu.

1. Po fijon riba ( fixon sta pa fijon pedra ki tanbe ta txumadu fijon gros, bangolon, fijon kongu, sapatinha, o faba);
2. Sinta na muidoru ta roda po i ba ta bota mindju na braku, mon mon te ki kaba di mui 2 a 3 kaneka di mindju;
3. Mindju muidu, ta tentedu, ta tradu farelu djuntu ku rolon te ki fifa so farinha nu fundu di bala di tente. dispos ta tentedu rolon pa tra farelu (es e pa da limaria).

Normalmenti, ora ki kabadu di mui mindju, tentedu, fijon dja sta kuzinhadu.

4. Fijon ta kuadu pa tra kel agu  ki fijon kuzinhadu na el. Dispos kaleron ta torna podu riba ku fijon. Gosi e ora di poi sal q.b, i agu linpu ki ta fika te altura di fijon, renti! Dixa agu ferbe. Enkuantu agu ta ferbe ta preparada un kaneka di agu ku sal pa barufa rolon i ta moleadu ku mon, te fi fika mas o menus umidu. Agu dja ferbe ta podu rolon riba di fijon, i dispos ta txanadu, pa stiba so un pokinhu... tapa kaleron pa argun minutu, 10 a 20. Ka pa diskise pamodi si lumi e forti, ten ki nfriadu agu, pelu menus un bes pa ka kema.
5. Enkuatu ta speradu rolon kuzinha, ta praparadu farinha: tanbe ku agu i sal ta barufadu te fi fika umidu. Anti di poi farinha riba di rolon pa subi (kuzinha ku vapor) ta fazedu un braku na rolon te ki txiga na fijon ki e pa nfria agu. krese agu pa ka kema. Frainha dja sta riba rolon txanadinhu, tanpa kaleron i spera mas 20 minutu. Djagasida dja fika prontu.
6. Poi kaleron na txon o riba di txamine, ku un prizi ta tradu sen kebra kel farinha ki dja subi sima kuskus (ora ki e ben fetu) ta podu di ladu, dispos ta tradu rolon pa po na taga o na kena o te na bala di tente.
7. Na kaleron dja fika so fijon. Txiga ora di tenpra fijon: rafuga sabola kugurdura di porku qb, pa poi na fijon.
Djagasida dja sta prontu, ago e po na pratu ba ta txuma minis pa toma kada un se pratu ku se kudje i ba ta manduka te kaba... si ka farta pa ka pidi ratutida pamo ka ta da... kada kenha ten se konta!

Oji, mestedu un otu Finason. Universal ...

FINASON

"Branku ta mora na sobradu,
Mulatu ta mora na loja,
Negu ta mora na funku
SAntxu ta mora na rotxa


Ta ben un dia,
Nho Trasco Lambasco,
Rostu franjidu,
Rabu Kunpridu
Ta kore ku negu di funku,
Negu ta kore ku Mulatu di loja,
Mulatu ku branku di sobradu,
Branku ta ba rotxa, el ta tomba ..."

PS: ... traduzidu pa AK
In Claridade, Praia, 1948, V. 6, p. 36.

Kazamentu... Gabriel Mariano

Kazamentu,

Mosinhus, nhos obi un konsedju
mi e bedju, N konxe mundu...
Ku kazamentu ka ta brinkadu
e un korda fraku ki ta mara riju.

Anti nhos kaza nhos kuda ben [ = dretu]
nhos kuda sen nhos kunsa bai
algen e buru, kazamentu e karga
ken ki ka pode ka ta karaga.

Nhos kuda ben, mi N konxe mundu
Maridu e paredi
Mudjer e kumera [kubera]
fidju e tedjadu.

PS: ... tradusãu pa AK.

Gabriel Mariano, Casamento. In Claridade, Praia, 1948, V. 6, p. 35.

Polisemia... Frazi i ditadu popular Kv

Un txabi so ka ta buli!

Un mon so ka ta laba!

Laba buru kabesa....

"kaleron bedju e pa da porku kume
Kaleron nobu e pa po riba"

Palabra di Onra! - Amigu/a...


""As palavras são pedras"
- disse um Poeta, MAIOR
Podem ser  calhaus ou , polidas, pedras preciosas
Vêm de outros tempos e ficam depois de nós...
Só as usamos.
Assim:
Para ti, com ternura."

Lx 5.3.99
( Ps: autor: assinatura ilegível)

10.4.10

O vulto: iniquidade ou ubiquidade da palavra...

- Bale Pena Lere Kel Livru li...



Foi fetu 1000 izenplar na 2006, mas inda es sta bazadu na montra di Palasiu Ildo Lobo Na Plateau...

"(…)

Reconhecendo embora todos os benefícios que o ensino, e nomeadamente a instrução ministrada no Seminário-Liceu, criado em 1866, trouxeram a um punhado de cabo-verdianos que a ele tiveram acesso, não se pode deixar de constatar os malefícios que a interiorização e a marginalização do crioulo acarretaram para a sociedade cabo-verdiana, que assim se encontrou dividida em duas classes: a dos que falavam e escreviam o português (uma minoria) e a dos que não o falavam e, sobretudo, não o escreviam (uma significativa maioria). Dito de outro modo, a classe dos cultos e civilizados e a dos ignorantes e sem cultura. Desse modo consagrava-se no seio da sociedade (e, pior ainda, no mais profundo da mente dos colonizados cabo-verdianos), em primeiro lugar, a convicção (errada) de que as línguas escritas são superiores às línguas orais; em segundo lugar, o preconceito (de difícil erradicação) de que a língua do colonizador, o português, tem mais valor intrínseco do que o crioulo.

O colonizado cabo-verdiano foi, assim, levado a tomar posição sobre a sua própria língua. Daí para frente, há uma constatação que ele passou a fazer parte desde a sua entrada na escola, ou até mesmo quando não chega a ser alfabetizado: a de que, na sociedade cabo-verdiana, coexistem dois códigos linguísticos, um oral e outro escrito, um informal e outro formal, um desprestigiado outro valorizado, os quais correspondem, respectivamente, ao crioulo e ao português. Pelo estatuto que cabe a cada um deles na organização social, são percebidos pelos falantes do crioulo, tanto os bilingues como os monolingues, como referências linguísticas de valor desigual.

Da segunda metade do séc. XIX a esta parte a situação linguística manteve-se intacta. O crioulo embora pouco prestigiado, continua a ser língua nacional dos cabo-verdianos, a língua em que decorre a vida em Cabo Verde, como disse Jorge Amado. O português é ainda a única língua de ensino e das relações oficiais. Todavia, apesar de se ter passado um século sobre o início de escolarização em todas as ilhas, no momento em que o país se tornou independente havia 70% de analfabetos. O que não significa que os 30% restantes fossem realmente bilingues. Na realidade, ser escolarizado não é, em Cabo Verde, garantia de domínio da língua portuguesa, até porque o ensino do português é dificultado por se fazer como se de língua materna se tratasse. Por isso, a percentagem de bilingues em cabo verde foi sempre diminuta.
(…)"

DUARTE, Duce Almada. 2006. “A História da Escrita em Cabo Verde”. In Proposta de Bases do Alfabeto Unificado para a Escrita do Cabo-verdiano. Praia: IPC

9.4.10

Ka bu faze-m gosga!

Konsonantismu: [k ]―> [ g]

1. Di Latin pa purtuges

CATTU―> gato
PACARE ―>pagar
ACUTU ―> agudo
FOCU ―> fogo

2. Di Purtuges pa Kabuverdianu

Cócegas―>  [‘kͻsɨgɐʃ] ―> gosga [‘gͻsgɐ] " ka bu ngosta na mi bu sa ta faze-m gosga"
encostar―>     [ẽkos’tar] ―> ingosta [ĩ’gostɐ]

Gosga, koti-koti (fogu)  gosga, kotxi-kotxi (na Santiagu). Na fogu gosga ta fazedu na pe di baxu, koti-koti e baxu sobaku! (e ka igual " ka bu txuki-m!)

Dadji na Buru Maradu...

Pa nu skrebe na Lingua kabuverdianu nu ten di parti di palavra, frazi i spresãu ki kabuverdianus ta uza na ses konbersu. Sobretudu nes ora di valorizasãu di nos Lingua, nu debe djobe pa dentu di nos kultura tudu kes palavra ki ten arma di kriolu, istu e, raborbe tudu forma di fra nos pensamentu ku palavra-spresãu kriolu na primer lugar. Si nu ka atxa-s, anton sin, un o otu neolojismu.
Ten arguns skrebedoris di nos lingua ki ta pensa ma basta es skrebe ku regras di ortografia di AK ma es sa ta skrebe na nos lingua. Falsu. -  mi N ta ruspeta regra di AK pamodi el foi dikretadu pa otoridadi konpitenti
Ago, nhos oja es testu li:
" (...) N podia dismantela manera idiosinkrátiku ki Nho ta skrebe na Kriolu, má N ka ta bai pa kel kaminhu la oji. Má oji gó, Nho spanta-m ku konteudu di kel puéma di Nho. Nho dizata ta skrebe na LIBERAL, pa faze kel speták[u]lu la, di grasa, pa dizinforma leitoris irresponsávelmenti ma C & K sta na gérra. Kel-la e ka otu kuza sinon un brinkadera di mau gostu, un baléla dizafinadu, kantadu na si menor, ku un koru fóra ton, undi algen ta apruveita pa poi bóka na tronbóna y ta sópra ku tudu forsa pa inputa nos kriolu di influênsia aitianu. Es e un autentiku farsa inventadu pa satisfaze nhos freges. Sr. Morgadinho, di zimóla, un bokadinhu más di seriedadi. Ka Nhu bira es kuza en C kontra K, nen en MPD kontra PAICV (...)"
Kes palavra ki sta a "bold" podeba ser trokadu pa palavra ki du ten na LKv i ki e uzadu na kuminikasãu entri nos.
Tudu nos du sabe ma nos kriolu di Kabuverdi e di bazi leksikal purtuges. Anton si du papia-skrebe nos Lingua sen karkel kudadu - si du ka skodje palavra spresãu i frazi di nos fala- nos skritu ta parse txeu ku "transkrisãu funetiku" di palavra, nes kazu di Purtuges. Es e fetu 1 son 1 sinbulu funetiku.

Un otu kuza ki ta merese un kumentariu e kel li.
"(...) ki okazion e oportunu, N ta kontribui ku alguns eleméntus di razon, rezumidu na tabéla 1 li-baxu, pamodi ki ka ta uzadu C na Alfabetu kabuverdianu – AK (ex-ALUPEC) y N ta spéra ma Sr. Morgadinho ta ntende ku kabésa y nau ku korason o ku imuson:

*Son Létras na Kriolu Izénplu na Kriolu Létras y dígrafus Na Purtuges Izénplu na Purtuges
 /k/ - okluzivu velar surdu
K Kauda, kóbra, kulpa C antis di vugal a, o, u Cauda, cobra, culpa (...)
Na Kriolu di Kabuverdi i) "Dja" sa ta ser tokadu pa "" narguns kontestu di uzu. Kuza normal. Mas na kel li di riba debe ser "dja ki okaziãu..." N ta fra "okaziãu" pamodi e un palavra ki entra na LKv resentimenti, i palavras resenti ki ta kaba ku - ção i - são na purtuges na LKv sa ta tuma son - sãu; ii) Na LKv ka ten palavra "kauda"... ten e  "rabu". "kauda" ka pode ser izenplu di uzu di letra "K". Autor des testu podeba uzaba izenplu sima: "katxas, kabra, koku, karkel, kraki, kaska kaska, karka, robeka, okru/oklu, kardu..."

8.4.10

- Verbo Desburrá!

1. Desburrá = Aprender a Ler e Escrever. Resta saber o porquê de DESBURRAR... o caboverdiano.

2. Escrita etimológica da Língua Caboverdiana é também passível de se aprender e de se cultivar.

" (...) Esse “Storia” é dedicode de coração limpe chei de gratidão, pa tude aquês que na épca fui nôs professor ma professora, que passá sês vida cansode ta ijdone desburrá, pa nô pudia prienché quês primer pagene baziu de nôs existência.
Antes, quonde nôs era mnine q’inda nô ca tava intendé nôs nome e que nôs maior priucupação era sô cmê ma brincá. Tude cosa tava parcene bnitim, escantchim, sabim de munde e nô tava cuntinuá ta vivê despriocupode naquel inocência de vida, prop de mnine, o que ca tava dexone oiá cosa de vida que seriedade, nem ser exigente, quê nô tava contentá sempre c’aquel poque que pai ma mãe, deboxe de tude sacrifice, tava done.
Despôs, cma idade tava bem t’entrá na corpe, já na casa, tude mãe ta tinha quel priucupação de cumeçá ô mandá insená fidje prendê alé, mez antes de bá pa escola.
Chatice é que tude gente na casa tava tmá quel cosa mute a serie, o que tava levás a tmá gente conta de corpe ma espirte no dure, d’el irmon más bedje, prime, prime, tiu, tia, mãe té tchegá na pai, cosa que tava contecê mas poque, quê pai ca ta tinha mute tempe pa mode traboi e, tava considerá cma educação de fidje era traboi de mãe.
Naquel tempe, pa nôs, tude cosa tava cumeçá primer pa descuberta de Cartilha, despôs Fatilona, Fantilim, Tercera ma Quarta-Classe ta passá p’aquel Admissão que n’era nem más nem menes q’um quarta-classe reptide e reforçode, bem preparode p’aquel grande solte qu’era entrada na Liceu.
Nome de tude ês pessoa que desburrá, insená e ijdá nôs na passája de sês mensaja, que fui bem passode, pa nô pudia dá nôs primer posse na vida de prendê lê ma escrevê e abri oie pa realidade de munde, tita bem parcê que tude honra, num tentativa d’imortalisás, na cuntinuidade desse storia de nôs terra.
Quê, sô assim é que nunca nô podê esquecê importância quês “Gente” tive pa nôs tude na formaçon e escola de vida. Ês fui quel Pedra Mestra que guentá tude quel parede de nôs educação, num épca q’insená n’era cosa fácil.
Nesse fase de vida, cosa pa nôs tude tava cumeçá ta fecá diferente e tmode d’ôte manera, quê tempe de brincadera quaz que tava cabá, mode ês tava insenone ser responsável na cumpri nôs obrigação e sô tava brincode despôs de prindide lição d’escola.
Esse cosa tava contecê, quonde mnine já tava estode desburrode na casa e que mãe tava mandal pa escola que sê banquim, um pedra de conta, um latinha de cigorre capstan baziu, ondê quel ta tinha lapes ma caneta de pena pa moiá na tinter e escrevê naquel cadirnim de linha estrete, pal prendê fazê letra, mata borrão, um pedra de conta (ardosia) pal prendê fazê conta e quel Cartilha, livre ondê que tava prindide letra primer e despôs monosilba ma trisilba. (...)

In Liberal online: EDUCAÇÃO E BRINCADERA DE MNINE D’ESCOLA DE CARTILHA TÉ ESCOLA DE REI (ONES 1945/1950)

Para ler mais clicar aqui

7.4.10

Ka Purtuges Ka Kriolu ki fari Kauverdianu

O projecto “Más Saúde pa Cabo Verde”, com sede no Brockton Neighborhood Health Center, Estados Unidos da América, vai promover uma Feira de Saúde, em S. Filipe, Fogo.

6.4.10

V+ (- pr) +po

Ideia e di Montron, kuazi 100 Verbu + po, i kada un ku se semantika (kazi skluzivu!).  E po ki ta sirbi pa tudu Kuza!

Zuni-l po
Zubia-l po
Zual po
Zipra-l po
Zinbra-l po
Xuta-l po
Xobra-l po
Xagua-l po
Txobe-l po
Txabeta-l po
Txuba-l po
Trotxi-l po
 Trotxa-l po
Tropika-l po
Troleta-l po
Trobesa-l po
Trisidja-l po
Trinka-l po
Tranka-l po
Trabankia-l po
Striba-l po
Stika-l po
Stiba-l po
Stanka-l po
Spankia-l po
Spadjiga-l po
Sota-l po
Skuarta-l po
Siridja-l po
Sinta-l po
Santa-l po
Sakuta-l po
Subia-l po
Sural po
Ruki-l po
Rufa-l po
Ronka-l po
Ronba-l po
Rinka-l po
Renkia-l po
Relanpia-l po
Ratxa-l po
Ratuti-l po
Rapika-l po
Rakuti-l po
Rabida-l po
Rabeka-l po
Pila-l po
Nheme-l po
Nhame-l po
Ngana-l po
Mui-l po
Mostra-l po
Moketa-l po
Metel-po
Manduka-l po;
Lupri-l po
Lufi-l po
Lonba-l po
Lenbe-l po
Leba po
Lapi-l po;
Kutxi-l po
Kunzia-l po
Kume-l po
Kuki-l po
Kruzia-l po
Kruza-l po
Koze-l po
Korre-l po
Konko-l po
Koki-l po;
Kaska-l po
Kaskal po
Karka-l po
Kanba-l po
Kabresta-l po
Intxi-l po
Furria-l po
Finka-l po
Ferbeleta-l po
Ferbe-l po
Farinha-l po
Farfadja-l po
Engrosa-l po
Druba-l po
Digudja-l po
Da-l un po
Da-l ku po
Bira-l po
Bindima-l po
Bentia-l po
Baza-l po
Bate-l po
Basta-l po
Barodja-l po
Barenkada-l po
Aplika-l po... enfin inda ten mas po! Pamodi ki kriolu  ta "inventa" tantu po?  ... el e sta na po! Un verbu di stadu... es e resenti.

5.4.10

IN CLARIDADE... "Crecheu"

*Nha Crecheu?
Nha cretcheu
Nha kretxeu ("alupequiado")

Na Fogu ta fradu, inbora ku sentidu diferenti, "nha osu".
El e nha osu. (kanibal!?)
 El e nha menbra = el e nha namorada

4.4.10

Deskriolizasãu: verbu Kaba i termina…

So pa palpa terenu. Duranti três dia N razolve aplika un testi, na ta bai, li na Praia. N kria un situasãu di dialgu undi na fin N ta purgunta nhas interlokutor si dja es kaba. “- Dja nha/o kaba?”

N djobe, na ta bai, 40 informantis. 20 ku idadi entri 20-35 anu i informanti 35 a 55 (10 matxu i 10 femia di kada faixa etaria).

- Rezultadu foi kel li: (N ka kalkula % izatu, nen N k asa ta pensa na faze-l inda, mas el ta da pa faze un ideia!)

Rasposta di informantis, idadi >20 < 35:

- Matxu, maioria risponde-m : Dja-m kaba i dja-m kaba-sin. Dos kazu ezitanti “dja-m tirmina”. Pamo? Inda N ka sabe.

- Femia, maioria risponde-m : Dja-m tirmina. Na kazu ki resposta foi “- dja-m kaba.” Foi senpri akonpanhadu di um surizinhu.

Rasposta di informantis ku idadi >35 < 45

- Matxu, maioria risponde-m : Dja-m kaba. Senpri ... kuza normal, kabuverdianu ta kaba!

- Femia, maioria tanbe risponde-m : Dja-m kaba. Sem kel “surizinhu maldozu”. I sem karkel ezitasãu. Ku diferensa mutu poku di “ dja-m tirmina”.

Istu a prupozitu di ten un bokadu di “intelektuais” ki sta papia di diskriolizasãu, es meste kumensa ta faze trabadju na duminiu di linguistika kabuverdianu, ki ta suporta ses tezi. Pa es pode sigi es prusesu di diskriolizasãu, un prusesu natural ki foi studadu i previstu pa es purtuges li Francisco Adolfo Coelho (1847-1919), Filologu, etnologu i pedagogu. Tanbe konsideradu primeru linguista purtuges. I mas, o pioneiru ki tevi preokupasãu pa studa dialetus krioulu di bazi purtuges. Tem obras publikadu. Purtantu, eis un kriolista!

Nota 1: N tevi rasposta sima: i) N ka kaba nau; ii) N ka tirmina nau. Istu, na kes dos faixa etaria/seksu.

Nota 2: N tevi kazu di variasãu di palavra t[i]rmina ~ t[e]rmina/ [‘kabɐ]/ [‘kɐbɐ]...

Nota 3 : Era bom si N podeba faze es “studu” ku informantis di idadi 45-60 i mas di 60. Inkluindu otus variantis. Mas Kel li e sou n txos!

Foto:wikipedia

Lingua Purtuges i povu di Kabuverdi...

Konkluzãu: ora ki tema e Portugues Lingua Internacional el ta interesa so intelektuais kabuverdianu. I es intelektuais ka sta interesadu na kaba ku es mamasãu di Linguas...

3.4.10

KABESA:SO PA RABIDA BIDA

El dixe di autokaru
El longa mon el rasta banhera
El po-l riba paseiu,
el stika kosta el disrodija sulada
El faze ordidja el poi riba kakuruta.

El spia redor el da-m ku odju ...

Na silensiu, nu nkroka nu nbaxa mon...
Na ta subi, el spia-m dentu minina di odju
un kastanhu partilhadu,

imajina - "e sin ke bida!"
Bai, Bida ta karagadu na kabesa.

Deus ta kre ki N ta txiga kaza lebi... "amen!"

2.4.10

... Kuza Ibridu? Na, bahah, Kabuverdianu.

Pa papia di Lingua i Omi kabuverdianu du ten ki rakua na tenpu. Tenpu di "kolonizasãu" di Santiagu di Kabuverdi i des arkipelagu. Istoria ta rejista ma kantu purtuges txiga li ka tenba nigen li moradu i ki "kolonizasãu" di Santiagu, prumeru, foi fetu ku branku europeu i skravus di monti etnia di kosta afrikanu.
Na inisiu, Lingua ki kes branku traze era un txada. Txeu di kes branku europeu era analfabetu i entri es tanbe es ta papiaba mas di ki un dialetu. Pur izenplu, pa papia sobritudu di purtuges, na data, diferensa dialetal di Norti a sul di esti a oesti di purtugal era bastanti diferenti di kel ki nu tene oji, na tudu konponenti di gramatika di purtuges. Si du djobe origem susial i prufisional di kes prumeru branku nu ta ten un ideia klaru di dialetu kes traze pa Kv, i ki en kontatu ku Lingua ki kada etnia skravizadu ta papiaba rezulta nun tipu di jargon-pidjin-kriolu… pa ki oji nu pode fla ma nu ten un LKv. Pur isu me, kes variantis dialetal na Kv nu debe djobe-s e studa-s pa du pode konprende-s. A partida es diferensas sta na origen susial di kes prumeru kazais kriolu ki transplantadu di Santiagu pa Fogu, di Fogu pa Sanbisenti djuntu ku ses patrons branku.
N ta konsidera ma LKv rezultadu di fuzãu di diversus falar kriolu. Provadu, povu di Kv ta kumunika, ta intende kunpanheru, mesmu ki kada un papia na se dialetu komunitariu. Pur isu, N pode fla ma oji nu ten un Lingua Nasional ki ta identifika-nu ki nu pode txuma-l ku ruspetu: Lingua Kabuverdianu. I si argen pargunta-bu ki bu ta papia bu pode risponde-l ku orgulhu “Mi N ta papia Lkv” suma purtuges ta fla: “-Eu Falo português”; franses ta fla: - “Je parle français” ; Ingles ta fla: - “I speak English”, etc. Klaru sta, tanbe nada ka ta inpidi Kabuverdianu di da un rasposta sima kel li : Mi e kabuverdianu, N ta fala Lingua Kabuverdianu, falo português, je parle français, I speak English i mas otus linguas di mundu, si for kazu disu.
Nu entantu, nu meste ten en konta ma kantu purtuges txiga na Kabuverdi es aplika kes mesmu prinsipi di romanizasãu, inosentimenti, klaru,– inpozisãu di ses Lingua, relijiãu i kultura na kes koitadus di skravu kes traze pa li pa ben trabadja sima animal i suma animal es foi tratadu. Inbora ku nomi purtuges ´so pa ka perde. Povuamentu i surgimentu di un nobu kultura foi naturalmenti konsekuensia.
Duranti un longu di kinhentus anu di akulturasãu i algun dexa bai, dislexu... Natureza kaba pa kria nes txon un “Omi Ibridu” ki e ka branku nen e ka pretu… Nu fundu um mestisu ou si nu kre um mulatu ou um kriolu. Nomis inda oji karegadu di ku tudu se karga pejorativu.
Trinta i sinku anu dipos di indipendensia Nasional nu debeba, nos, fidjus di tera, rebatiza nos kabesa. Atensãu, sen ser dizoredjadu. I un di kes forma ta pasa pa identifikasãu, sosializasãu, i valorizasãu institusional di nos kultura, na pundi Lingua ki nu ta papia ta fika di riba-l tudu.

1.4.10

Germano Almeida: Merese ser kumentadu I

E klaru ki konbersu di GA, skritor, omi ki ta matuta kada Palavra di Lingua na se propi esensia, merese ser kumentadu, sobritudu ora ki el ta da un txos sobri nos realidadi linguistiku kabuverdianu. Sima, GA " (...) defende que a língua portuguesa deve ser ensinada em Cabo Verde como língua estrangeira para que os cabo-verdianos passem a falar melhor o português. (...) ". E ka pode sta fala seriu...

1. Kuze ki signifika Lingua stranjeru?

Es argumentu ma "Língua portuguesa deve ser ensinada em Cabo verde como língua estrangeira" (LE) ta presupoi: 1) ma Lp e un LE i e ka sa ta ser nxinadu komu lingua strangeru; 2) i pa opozisãu ma ta izisti un Lingua Nasional (ki e ka e purtuges).

Na difeza di midjor ensinu di Lp nu meste sabe mas sobri se statutu li na Kv. Lp ta vive na Kv un situasãu inda pulitikamenti anbigu... Ningen ka ten duvida ma seta, oji, Lp komu uniku Lingua ofisial di Kv  sta ultrapasadu. Apezar disu, "ningen" ka tene inda koraji pa redifini-l se nobu statutu. Mas inkuantu isu ka kontise nu ka pode admiti ma Lp debe ser nxinadu li na Kv komu LE. Sobritudu pamo e ka e un LE.
Alen disu, admiti ma Lp e LE - na kazu di Kabuverdi - ta inplika rakonhese ezistensia ifetivu di un LN, pa opozisãu. I konsekuensia disu e obrigatoriedadi di nxina LN na redi publika di ensinu ofisial, a partida, djuntu ku purtuges ofisial... o ku otus LE.

Si admitindu, inda ki pur ipotis,  ki ensinu di purtuges komu LE ta poi kabuverdianus ta fala midjor Lp e  un bon motivu pa leba a kabu es mudansa, nu ka pode diskise di konsikuensias indizejadu komu perda di algun di privilejiu ki purtuges adikiri na Kabuverdi relativamenti a Franses i Ingles, dos lingua, ki istorikamenti ta nxinadu komu LE . Sen papia di arguns disabor a nivel de CPLP e di PALOP.
Te mesmu a nivel nasional, ta parse-m ma e poku kabuverdianu ki kre pa  Lp ser LE nes txom.  Maioria kre ki Kv ser rekonhesidu pulitikamenti komu un nasãu Bilingi i ki seja inplimentadu un pulitika linguistiku di akordu.
Ate ki pa razãu kultural (linguistiku) i afetivu i te ikunomiku nu ka pode aprova es ideia di torna purtuges un LE. Purtuges e sin nos Lingua Ofisial i komu tal el debe kontinua ta ser enxinadu-aprendidu i papiadu-skrebedu sen prujuizu pa nos LN, lingua ki ta uni tudu kriolu dentu i fora di Nasãu.
2. Kuze ki signifika “… passar a falar melhor o português.”?

-Nu ka sabe!?