12.10.10

Kudadu, muita sera keima igreja...


Amélia Arlete Mingas (org. e Coord.) 2010. Colectâneas de Literatura oral de/em Língua Portuguesa. Provérbios. 2010. ILLP.


Informações importantes na introdução:

1. Esta colectânea “é a segunda de um conjunto de quatro, elaborada para agrupar provérbios caracterizando a criação literária oral da nossa comunidade [CPLP?]

2. (…) as colectâneas espelhando o seu conteúdo, permitem ajuda-nos a reflectir sobre a necessidade da conservação dessas culturas e da luta, imperativa, contra uma marginalidade, cada vez mais forte, da literatura oral na educação formal das novas gerações, particularmente no que respeita à juventude dos PALOPs”.

3. (…) os textos são, maioritariamente, bilingues e/ou plurilingues, porquanto, para além de cabo verde, em todos os outros Estados a Língua Portuguesa coexistiu/coexiste com diferentes línguas locais,

4. (…) a língua de partida, é a local, os textos aparecem primeiro na língua local e, seguidamente, é apresentada a respectiva versão em Língua Portuguesa.

5. Esta segunda colectânea engloba provérbios de oito Estados, nomeadamente, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste e da Região de Macau. Comporta por isso nove capítulos e, à semelhança da primeira, foi mantida a preocupação de convidar, sempre que possível, nacionais dos países em presença para a selecção e ilustração dos respectivos textos (…)”

Reflectindo sobre “os objectivos” dessa colectânea e o conteúdo:

Primeiro:  definição de provérbio,

Provérbio. S.m. (do latim proverbium). Máxima ou sentença de carácter prático e popular, expressa em poucas palavras e geralmente ricas em imagens e sentidos figurados. (…) ADAGIO, DITADO, DITO (…) In Dicionário da Academia das Ciencias de Lisboa. 2001.

Segundo: Dos provérbios cabo-verdianos foram seleccionados e publicados 15 pelo Doutor Humberto Lima e António Barbosa; ilustração de Dudu Rodrigues. Páginas 52 a 57.


Fla-nu kuze ki es dizenhu ten ku pruverbiu!
 1. Katxor ki ta ladra ka ta morde. (CCv)
1.1. Cão que ladra não morde. (LP)

2. Bó ku bu xefi, k anhos djuga masán, pamódi el ta kume maduru el ta dá-bu berdi pa bu kume.
2.1. Tu e o teu chefe, não joguem maças, porque ele come as maduras e dá-te as verdes para comer.

3. Si bus ta dretu ku justisa, ka bu tem médu di grita.
3.1. Se estás de bem com a justiça, não tenhas medo de gritar.

4. Libra di ómi ki ka ta papia y di katxor ki ka ta ládra.
4.1. Livra-te do homem que não fala e do cão que não ladra.
4.2. Guarda-te do homem que não fala e do cão que não ladra.

5. Na kása ki ka tem kumida, tudu argen ta briga, má ningen ka tem razon.
5.1. Em casa onde não há alimento, todos brigam, mas ninguém tem razão.
5.2. Em casa em que não há pão todos ralham e ninguém tem razão.

6. E ku diskuson ki lus ta nase.
6.1. Da discussão é que nasce a luz.
6.2. Da discussão nasce a luz.

7. Deus ta libra-nu di mau vizinhu djuntu porta.
7.1. Deus nos livre de mau vizinho ao pé da porta.

8. Óras ki patrão sta fora, e feriádu na sirbisu.
8.1. Quando o patrão está fora, é feriado no trabalho.
8.2. Patrão fora, feriado na loja./ Quando está fora o gato folga o rato.

9. Kenha ki spéra pa sapátu di dufuntu, el ta more diskálsu.
9.1. Quem espera pelo sapato de defunto, morre descalço.
9.2. Quem espera por sapatos de defunto, toda a vida anda descalço

10. Óra ki dos ségu sta leba kunpanheru, és sta na risku di kai di rótxa.
10.1. Quando dois cegos guiam um ao outro, estão no risco de cair de uma rocha.

10.2. Óra ki dos kumádri ta briga, senpri ta diskubridu verdádi.
10.3. Quando duas comadres brigam, sempre se descobre a verdade.
10.4. Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades.

11. Kenha ki nase pa bintén, nunka mas el ka ta txiga patáku.
11.1. Quem nascer para vintém, nunca mais chegará a um pataco.

12. Segrédu bem guardádu, e kel ki nunka fládu argen.
12.1. Segredo bem guardado, é aquele que nunca foi revelado a ninguém.

13. Ninguen e ka profeta na se téra.
13.1. Ninguém é profeta na sua terra.

14. Sémpri kenha ki konta un kontu, el ta omentá-l un pontu.
14.1. Sempre quem conta um conto, aumenta-lhe um ponto.
14.2. Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto.

As Perguntas que vos deixo:
1. Reconhecem todos esses provérbios citados como sendo cabo-verdianos?
2. Costumam usar alguns desses provérbios? Com que significado?
3. Podem dizer-nos, em crioulo, alguns provérbios que costumam usar no vosso falar quotidiano?

No meu próximo post vou partilhar alguns provérbios...

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