"(...) Uma coisa é certa, como diz o Arménio Vieira, cuja ironia amistosa me impede de cair, como um tanso molhado, na tragédia que é ter que viver e querer escrever, ainda por cima, num país a braços com a sobrevivência mais elementar e com vários tipos de analfabetismo, declarado ou camuflado (e insidioso), é preciso fazer-se a Quarta Classe de Instrução Primária, primeiro, e aprendidas a ortografia e a gramática de base, e o saber pensar, com um mínimo de lógica, como nos velhos tempos da cartilhona, começar então a ler, devagarinho, no princípio, e depois com gula, e depois com todas as acelerações, e prolificações, que uma autêntica gana de saber contém na sua bem-vinda, e santa omnivoridade.
Mas quando é que se vai começar a ler, a sério, neste país? "
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