Há dias, viajando a bordo da TACV, soube-me bem ouvir os assistentes falaram em língua cabo-verdiana pelo intercomunicador. Não sabendo se medida comercial, marketing ou estratégica, o certo é que senti uma enorme firmeza linguística quando, a mais de dez mil metros de altura e a não sei quantos quilómetros por hora, a bonitona soou assim “nu ata pasa riba Canárias”. Talvez não tenha sido um posicionamento cultural, nem a pequena independência que se afronta, mas soube-me afirmativo quando o colega da bonitona, sentenciou-nos “bzote pertâ sinte pakê no ti ta bem aterá na Lisboa”. E o meu coração vagabundo, que não esperava por menos, ficou emocionado. Vou ter de esmiuçar para a Gi - Gisele Bündchen, para os menos familiares - sobre isto da língua cabo-verdiana. No fundo, só há idioletos. Como diria alguém, a língua que falo é aquela da minha boca. Sem mais… "
Idioleto: substantivo masculino
Rubrica: lingüística.
"o sistema lingüístico de um único indivíduo num determinado período de sua vida, que reflete suas características pessoais, os estímulos a que foi submetido, sua biografia etc.; idiolecto [Pertence ao campo da langue, e não da parole, porque trata de particularidades lingüísticas constantes, não fortuitas.]"
In Disionariu Houaiss. 2000.