Uma casinha branca entre a verde espesura
A recordar de longe um navio no mar,
Ou a formosa capela alvinitente e pura
A subir como uma ave ou uma nuvem no ar;
Casto ninho de amor, alvo e perfumado, onde,
Em terna comunhão vivêssemos os dois
Ouvindo as tardes , quando o sol além se esconde,
O murmúrio da linfa e a voz dos rouxinois...
Uma casinha assim é que ambiciono e quero
Para longe do mundo erguermos o nosso lar,
Sob a bênção de Deus e de um amor sincero;
Uma casinha assim eem plena solidão...
Dentro, alegres, os dois de ventura a cantar:
Eis, meu amor, a minha última aspiração!
Pedro Cardoso, In Lírios e Cravos. Editorial Crisos. Ermesinde. Sem data.
Fotografia: A Casa onde viveu o poeta, em S.Filipe, ilha do Fogo.
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