8.4.12

Quêl bonita scrába,


Paxenxa, N sta sim desde 1970 e...Um monumento

Eugénio Tavares, N. Brava 1967, M. 1930.

Quêl bonita scrába,
Qui teném câtibo,
Pamô n’ dál nha bida,
Cá crê pan stâ bibo.





Na  Proposta de Bases do Alfabeto Unificado para a Escrita do Caboverdiano, (IIPC 2000: 63-65), a filóloga Dulce Almada Duarte escreveu:
... a escrita de uma língua oral
«Sendo o crioulo de Cabo Verde, como se viu, uma língua oral, fazer a história da sua escrita não é tarefa fácil. Com efeito, não se pode fazer história da escrita de uma língua de escrita não estandardizada como se faria a de qualquer outra cuja padronização tenha tido lugar há vários séculos. O crioulo, embora provavelmente tenha começado a formar-se no século XVI, continua a ser escrito de maneira arbitrária, segundo o bel-prazer daqueles que experimentam a necessidade de o fazer. As primeiras tentativas de o escrever datam do séc. XIX, mas a ausência de um alfabeto e de uma escrita standard oficializados faz com que, ainda nos nossos dias, a escrita da língua cabo-verdiana oscila entre as preferências individuais dos partidários da escrita etimológica e as dos defensores da fonológica, como base para a sua ortografia. Deste modo, o crioulo tem sido escrito, desde há mais de um século, como verdadeiro idiolecto.» ALUPEC : 61.

«De há uns quarenta anos para cá, retomou-se a expressão literária na língua nacional, e nem sempre através da poesia lírica. É o caso da poesia de Jorge Pedro Barbosa, ou das crónicas de Sérgio Frusoni ou de João Cleofas Martins, de intenção satirizante ou simplesmente humorística, dos poemas de temática universal de Ovídeo Martins, Gabriel Mariano, Corsino Fortes, Kaoberdiano Dambará, Emanuel Braga Tavares, Arménio Vieira, Osvaldo Osório, José Luís Hopfer Almada, David Hopfer Almada, Tomé Varela, Daniel Spínola (entre outros) ...» ALUPEC : 63

«(...) embora o povo tenha sido privado de escrever na sua própria língua, cabo-verdiano de várias gerações têm-se servido do crioulo ou como língua literária e da poesia popular, ou com objectivo de sua valorização e de estudo, com vista à sua instrumentalização.(...)»

Autores Caboverdianos que utilizaram uma ortografia etimologica para escreverem o Crioulo: Eugénio Tavares (1867-1930);  Pedro Cardoso (1890-1942); São Vicente -B. Leza, Sérgio Frusoni, João Cleofas Marins, Ovídeo Martins, Luís Romano (1922-2010), Jorge Monteiro, Kaoberdiano Dambará (1937), Donaldo Macedo, Artur Vieira. ... tem mais!

«Após a independência, em 1975, embora se tivesse continuado a utilizar a escrita etimológica, alguns autores cabo-verdianos iriam servir-se do alfabeto fonético-fonológico proposto no primeiro colóquio linguístico realizado até agora em Cabo Verde sobre o crioulo, em Abril de 1979. Todos eles são originários de Santiago.» (...) ALUPEC : 61

Da leitura integral do artigo, História da Escrita em Cabo Verde, ficamos a saber/inferir que:

1. A escrita da língua Cabo-verdiana tem um historial de mais de um século de vida literária;
2. Na "ortografia etimológica" escreveram caboverdianos e não caboverdianos;
3. A escrita fonético-fonológico nasceu em Mindelo, abril de 1979;
4. Ke pa diante ke kaminho: se Kriolo ta papiado el ka ta moré, nunka!

(Bold e sublinados nossos)

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