3.1.10

Pargunta!

Perguntas soltas … Os verdadeiros intelectuais Cvs também fazem perguntas:

1. “Que fazer de toda obra de escritores cabo-verdianos que escreveram em crioulo com o mesmo alfabeto etimológico usado em português?”

R: As obras escritas já estão arquivadas e se se tornar necessário para alguma coisa poderão transfiguradas para o Alfabeto Caboverdiano (ou até estudadas no original). É de não se esquecer que os textos poéticos desses escritores que escreveram em crioulo não são objectos de ensino-aprendizagem. Não vi, nem ninguém viu um professor de Lp a trabalhar “essas obras em crioulo” nas suas aulas de Lp! (até que podia ser uma hipótese?)

2. “Porque não dar a mão a palmatória e abandonar a imposição do ALUPEC [?]”

R: Para mim, o ALUPEC não é imposição nenhuma. Visto que não houve nenhuma lei que obriga o Cv alfabetizado a escrever quer seja à moda etimológica, quer seja à moda alupequiana… Certo é que o Cv tem vindo a escrever na Língua em que foi escolarizado ou na Língua que sabe escrever… ou que aprendeu a escrever.
A meu ver, devemos todos pensar o ALUPEC/AC como uma PROPOSTA para alfabetização do povo de Cabo Verde. Isto é, AC deve ser racionalizado como uma proposta oficial(izada) para se iniciar o ensino da escrita da LCv.
A realidade que não pode ser escamoteada: a LCv é, sem dúvida, uma Língua que todo o povo de Cabo Verde fala, mas que apenas uma minoria de alfabetizados em português escreve de FORMA ASSISTEMÁTICA. Daí que a escrita fonológica com AC só faz sentido se for introduzida no sistema público de ensino- aprendizagem da LCv. O projecto de hoje é para ensinar os caboverdianos a escrever na sua Língua Materna (língua que falamos) para amanhã termos genuínos ESCRITORES e LEITORES da Língua e da Cultura Caboverdiana. Que isto de traduzir para o português sem se estar preparado cansa.

3. “Porque não fazer com que o cabo-verdiano adopte a língua portuguesa no seu coração e possa escolher entre as duas, qual a sua língua materna?”

R: Esta pergunta deixa a entender que os caboverdianos de hoje têm duas Linguas-Maternas. E não é totalmente verdade. Ora, se considerarmos que a criança aprende (aquisição) sempre e em primeiro lugar a língua dos pais, sabido é que uma criança nascida de pais Cvs aprende de forma natural o Crioulo que os pais falam (se o falam). Nos poucos casos em que um dos progenitores é estrangeiro a criança pode aprender um crioulo mais uma outra Língua. Casos há ainda em que os pais Caboverdianos, por opção, falam com os filhos sempre num português, neste caso considera-se que a Lp é Lingua-materna dos filhos. Isto não significa que impedem os filhos de falar crioulo com terceiros… (a língua da comunidade).

Sei que os caboverdianos querem, desejam poder falar a Lp normativa. Agora, gostava era de saber o COMO “fazer com que o cabo-verdiano adopte a Língua Portuguesa no seu coração e (…)” se o caboverdianos há que nascem também de pais analfabetos. Ou será que os analfabetos caboverdianos também falam português!

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