6.1.10

Napoleão na un di ses pasaji


...escreveu na semana passada, 31 de Dezembro 09, mais um pequeno “passage” para lembrar aos seus Leitores que na ilha do Fogo, em tempos idos, faziam-se luta de galos. Parabéns! Fica registado esse facto escrito numa maneira possível de escrever em crioulo.
Mas essa forma de escrever crioulo não pode ser enquadrada na escrita etimológica da Língua Caboverdiana (LCv) porque não respeita nenhuma tradição (Pedro Cardoso, Eugénio Tavares, Baltasar Lopes e outros). Aliás, o colunista nem isso pretende. Num dos seus artigos deixou tacitamente claro que ESCREVE como bem entender – podendo em cada um dos seus artigos escrever uma mesma palavra com diferentes *ortografias. E, ninguém tem nada a ver com isso. E mais, esta sua assistematicidade ortográfica é um direito que lhe assiste a ele, e a todos nós também. Por esta razão, nesse aspecto, ao articulista não pode ser assacado qualquer responsabilidade.

Por outro lado, é sabido que não é Professor (no sentido tradicional), e não quererá fazer ESCOLA no que concerne à “escrita correcta” da LCv. Consequentemente, eu, tu e nós devemos ler os artigos de Napoleão atendendo apenas ao conteúdo moral de cada uma das “passage” contadas.

Quem são os Leitores de Napoleão?

Escreve no NB o articulista “… rumo à língua cabo-verdiana.” Mas que LCv? À LCv que o Napoleão escreve ou à LCv que Napoleão FALA?
Agora, como Leitores Cvs, se decidirmos situar a Língua que o nosso articulista usa no tempo, espaço social… concluímos: Todavia, compreensível.

Napoleão sabe enquanto escrevente publicista” que deve preocupar-se com os seus prováveis Leitores: quem escreve escreve para um ou mais Leitores. Daí que não se percebe bem a intenção da escritaria do mesmo. (…)
Não me parece que este Napoleão, nascido no Fogo e que tenha vivido grande parte da sua vida na Praia, esteja a respeitar, como propõe, a “linha de tradição de terra” (se sim, pergunto: -Que terra?). Será que faz isso quando fala-escreve algumas palavras-expressões, como as estão neste seu texto? Penso que não. Porque se pensarmos na tradição (oral) da ilha do Fogo, tendo em conta a forma de dizer (pronunciar) algumas palavras merecem correcções [xxx] mesmo que se prime para uma escrita Claridosa. Como por exemplo:

1. “…quase um palmo [parmo] riba serra.”

2. “…nés tarde de sábado [sabro]”…

3. “Mané pergunta-l:[pargunta-l:]”…

4. “…Nho Difonso, home falido na dinhero, fala-l: 35$00 [fra-l: 35 mi res]

5.“…Mané, desesperado, mete mon na bolso e el entregal faci antes del arrepende. ”…[Mané, dususperado, mete [tchuqui] mon na ardjibera e el entrega-l 35 mi res faci, ante di Mané rapende]

Fico pelos exemplos citados, mas há mais aspectos linguísticos a (re)considerar neste artigo e noutros (...) não quero com este post contrariar-censurar-instruir nenhum escrevente de LCv. Este post pretende ser apenas um comentário.

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